quinta-feira, 25 de julho de 2013

A porta do congelador

Tenho um homem em casa que é a pessoa mais distraída que eu conheço na cozinha. Acho que quando ele entra nesta divisão da casa entra também no mundo da lua. Se for preciso tira o leite do frigorífico e arruma-o no armário, ou tira o arroz do armário e arruma-o no frigorífico. Ou vai uma pessoa tirar um tacho e aparece à frente um pacote aberto de bolachas. Ou vou à despensa e encontro por lá a manteiga. Sinceramente, espanta-me nunca ter encontrado umas cuecas ou umas meias perdidas num qualquer canto da cozinha.

No início esta falta de atenção irritava-me um bocadinho, mas agora já sei o que a casa gasta. No entanto, há um fenómeno que por mais que tente  não consigo compreender. Cada vez que o homem vai ao congelador, tira o que precisa e deixa a porta aberta. Ele bem lhe dá um toque e aparentemente a porta parece ficar fechada. Mas não! A verdade é que fica sempre com uma folga que é o suficiente para o calor entrar, as coisas descongelarem e o gelo ganhar forma. Já por várias vezes vou abrir o congelador e me deparo com este lindo espectáculo de gelo e produtos descongelados.

Aqui há uns tempos achei por bem por fim a esta falta de atenção (ou preguiça em fechar a porta como deve ser) e escrevi numa folha com letras grandes, daquelas que até o ceguinho vê, "FECHAR BEM A PORTA. A gerência agradece". E por uns tempos a coisa resultou. Acho que ele olhava para o papel cada vez que ia ao congelador e lembrava-se de o fechar bem. Mas isso foi só por uns tempos. Agora é como se o papel sempre ali estivesse estado e a porta do congelador volta a ficar aberta.

Aconteceu um dia da semana passada. E ontem, mais uma vez! Eram umas 10h da noite e o menino lembrou-se que lhe apetecia geladinho. E quando lhe apetece geladinho ele quer cá saber da porta do congelador. Serviu-se, colocou a caixa de gelado lá dentro e sentou-se no sofá todo feliz e contente com o seu gelado, qual criança de 10 anos. E a porta ali, aberta. E esteve assim até à bocado eu reparar que alguma coisa não estava bem. Pois não, a porta estava aberta e impossível de fechar com tanto gelo produzido na entrada. E pior, tudo o que estava fora das gavetas descongelado. Ahhrrrrrrggggggg!!

O que fazer com homens assim?
Vou ter de pensar numa outra estratégia, porque a do papel de letras gordas já era!

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