sábado, 18 de janeiro de 2014

Um ano de Noruega

Faz hoje um ano que cheguei à Noruega. Lembro-me tão bem desse dia. Foi um dia comprido. Ainda era madrugada quando sai de casa a caminho de Lisboa. Os meus pais foram por-me ao aeroporto e só quando fiz o check in é que caí em mim. "Damn it! Vou-me embora. Vou emigrar". Só ia voltar dali a cinco, seis, sete meses e ia ser apenas de férias. 

Foi um dia muito difícil para mim, mas talvez ainda mais para os meus pais. Eu bem vi os seus olhos carregados de água quando chegou o momento duro de dizer adeus. Eu tinha uma viagem de avião para Oslo à minha espera e eles uma viagem de regresso a casa. Aterrei em Oslo já eram cerca das duas da tarde. Cheia de medos e incertezas, mas com uma vontade enorme de partir em busca do desconhecido, de conhecer um novo país, uma nova cultura, de aprender uma nova língua. Vinha tão optimista. O pior foram as longas horas de espera que se seguiram por um voo interno. O tempo parecia que nunca mais passava. Não via a hora de chegar ao destino final e ir ter com o J. Ele estava à minha espera. 

2013 começava assim. Ano novo. Vida nova. Num país novo. A dois. Só havia razões para ser um ano em grande. Entretanto passou um mês, e mais um, e mais outro, veio a primavera, parou de nevar, entrámos no Verão, fomos de férias, voltámos, vieram as chuvas e o frio, entramos em Dezembro e com ele veio o Natal, fomos novamente de férias, entrou o ano novo e quando damos por nós passou um ano.

Após um ano, é tempo de fazer balanços. E não, não foi um ano nada fácil. Foi um ano de adaptação, de aprendizagem, de introspecção. Um ano de luta, de lágrimas, de negas, de revolta, de saudade. Foi um ano duro. Mas com sorrisos pelo meio. Muitos! Houve bons momentos, boas pessoas, boas surpresas, boas descobertas. Mas a melhor palavra para definir este ano é "integração". Foi acima de tudo um ano de integração. E findo este ano só posso dizer que valeu a pena. Valeu muito a pena.

2014 acabou de começar e já me recompensou por todas as lutas, lágrimas e revoltas de 2013. Agora sei que não saberia tão bem se não tivesse sido assim. Agora sei que só assim faz sentido.


Sem comentários:

Enviar um comentário